terça-feira, 17 de abril de 2012

RELATO DE PARTO


Escolhi o parto cesária desde sempre.
Muitas pessoas criticam isso. Algumas chegam ao absurdo da ignorância de dizer que quem não tem dor de parir não sabe o que é verdadeiramente ser mãe.
Eu nunca pensei assim. Acho que ser mãe vai além de ter dor no parto.
O meu eu pude escolher: cesariana no dia 04 de abril no período da manhã.
Me internei de madrugada. Era pra ser meia noite mas acabei indo pro quarto as 4 da manhã. Não fiquei tensa nem ansiosa. Na verdade, a tensão da última semana de gravidez, ficar atenta o tempo todo, me fez torcer para que o parto chegasse logo.
No quarto fiz amizade com uma moça, Alessandra,  que deu a luz ao Victor Hugo ás 6 da manhã. Foi só ai que consegui dormir de verdade.
Acordei por volta das 10:15 e quando deu 10:30 vieram trazer a Alessandra de volta pro quarto e me buscar para minha hora.
Fiquei feliz de ver minha médica sorridente e linda como sempre. Ela me inspira confiança e me tranquiliza muito.
Conversei com o anestesista enquanto o Junior foi se arrumar para assistir o parto.
Entrei na sala pedindo em oração que todos meus amigos espirituais ajudassem naquela hora e que protegessem meu pequeno.
A anestesia foi tranquila. Só a posição é que incomoda um pouco: ficar com as costas curvadas pra frente, com as pernas meio cruzadas.
Logo as pernas ficaram bobas e eu não consegui mais mexê-las.
A enfermeira passou uma sonda urinária e o anestesista me deu um oxigênio nasal.
Ainda ri um pouco quando minha médica pediu pra eu mexer as pernas sem dobrar os joelhos e quando percebeu que eu não conseguia falou:  “ela está nas nossas mãos. Podemos começar!” O "podemos" se referia a ela e seu assistente, Drº Adamour.
Mal sabia eu que eles já haviam cortado minha barriga com o bisturi manual! Rsrsrs
Eu comecei a ter reação da anestesia: um enjoo horrível. Mas me mantive calma e logo o anestesista me ajudou, medicando.
Foi ai que o Junior chegou, eufórico e lindo naquela roupa de cirurgião.
Logo a médica disse: “pai, olha o cabelinho dele. Vem tirar foto!”
E eu sem poder ver nada...
Ai o outro médico falou para as enfermeiras e para a pediatra: “meninas, venham, vai nascer aqui...vai nascer...vai nascer...”
E o Junior começou a falar: “Fê, ele é lindo!!
O Junior repetiu isso umas 100 vezes. E eu querendo ver ou ouvir alguma coisa.
De repente, a médica diz: “nossa, que bebê enorme!” E ai, ouvi o som mais lindo do mundo: o choro do Igor. Lindo, alto e forte.
A Drª Matilde trouxe ele do meu lado pra eu ver. Só consegui dizer um “bem vindo filho”, bem rápido. Ai levaram ele e o Junior para os procedimentos de medição, pesagem e identificação.
Eu continuei sendo atendida pela médica. Senti umas pressões na barriga, uns puxões e trancos. (e eu ria sem parar). Não senti dor nenhuma só a sensação de estar sendo mexida internamente. Fizeram uma força entre minhas costelas, pressionando meu pulmão e depois senti um alivio imensoooooooo.... A médica se despediu de mim e se foi. A enfermeira trouxe ele pra me ver.
Cabeludo, grande, lindo!
Falei com ele de novo e ela colocou ele pra mamar mas logo levou ele embora de mim.
O papai já havia sumido feito fumaça, mas se despediu de mim antes.
O Igor nasceu as 11 e 15, pesando 3,845 e medindo 51 cm. O apgar deu 8 e 9.
Bebê amado e lindo. Um rosto marcante de se ver.
Não sei a que horas fui pro quarto mas a primeira pessoa que vi foi minha irmã. Senti saudades de minha mãe. Até imagino ela lá no vidro do berçário chorando igual boba...rsrsrs
O Igor demorou muito pra chegar no quarto. O Junior também.
Mas eu fui vendo ele por fotos enquanto não via pessoalmente.
Quando ele chegou, a dor era grande. Não consegui fazer muita força e pega-lo no colo mas fiquei com ele e até arrisquei dar peito. 
Depois que todos foram embora, a enfermeira veio me ajudar a levantar. Foi uma sensação horrível demais. Não senti mal estar e sim dor. Um oco dentro de mim que me impedia até de respirar. Péssimo!
Nessa mesma noite o Igor começou a chorar. Eu passei a noite em claro e torci muito pro Junior chegar pra ficar com ele e eu dormir um pouco, já que estava em claro desde o dia 3 a noite.
Estava cheia de gases e por isso sentia muita dor.
Comentei com todas as enfermeiras que achava que o choro do meu filho era fome por que o coitadinho comia os dedos de fome. Mas só ouvi elas dizerem que os bebês nasciam com uma reserva de até 3 dias e que eu não ficasse preocupada se tentasse amamentar e ele não pegasse.
Na manhã do dia 5 observei o rosto do meu filho e percebi que ele estava meio amarelinho. Comentei com o Junior e também com a Alessandra, mas minha suspeita só foi confirmada no final da tarde pois o pediatra fez exames e já encaminhou meu lindinho ao banho de luz. Ele foi pra UTI neo natal. Que dó!
Eu fui junto pra amamentar embora estivesse sendo muito difícil ele pegar.
Ainda bem que todas as enfermeiras de lá me auxiliaram. Foi ótimo.
e o pediatra receitou um complemento de leite em pó pra reforçar as mamadas.
No dia 6 pela manhã a Drª Matilde veio me dar alta. Fiquei triste por que o Igor não estava de alta e pelo pediatra não havia previsão pra isso acontecer.
Acabamos, eu e o Junior, indo dormir num hotel. Meus pés estavam super inchados e minha pressão 14x9.
Quando fechei a porta do quarto e fiquei sozinha um pouco, cai num pranto. Ficava imaginando meu filho recém saído da barriga, num lugar estranho sem mim. Mas sabia que ele estava bem e clamei a Deus por sua saúde.
Fui no hospital em um horário de amamentar por que nos demais não consegui acordar. Estava muito cansada e com dor.
Mas continuei firme no meu propósito: ficaria lá até o Igor ter alta, fossem quantos dias fossem.
E ai foi isso que fizemos.
Do dia 06 ao dia 10 eu e o Junior demos plantão no hospital. Foram 2 dias num hotel e os demais no carro. O Junior veio pra casa duas vezes mas voltou logo pra não me deixar sozinha.
Desses dias todos, o que me consolou de verdade foi ver que no meio a tantos casos sérios lá  na UTI, o Igor estava bem e saudável, apenas tomando banhos de luz pra tratar a icterícia.
A Icterícia do Igor foi um pouco mais complicada de tratar por que eu e ele temos sangues diferentes: ele é A e eu sou O. Mas tivemos alta antes do que esperava.
No dia 10, quando saiu o resultado do exame eu nem acreditei.
O Igor veio embora dormindo o caminho todo.
Ele tem um semblante tranquilo e feliz.
É atento e lindooooooo!!!!!
Deus ouviu minha preces: ele é perfeito!!!!!


no dia da alta, saindo do hospital

de malas prontas no dia da internação

nos dias de internação na UTI neo...

ultimos momentos de barriga...

nasceu!!!!!

Um comentário:

  1. Fê que bom que tudo deu certo, que o Igor esta bem e em casa. Ele é lindo realmente parabéns viu

    Beijão

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obaaaaa, você veio comentar???? A-D-O-R-O !!!!!!!