domingo, 13 de março de 2011

COMPLICAÇÕES GESTACIONAIS (1ª de 2 partes)

Ainda estou em recuperação mas escrever me torna mais forte e faz o tempo passar mais rápido.
Estou aproveitando a oportunidade para postar tudo que aprendi passando por todo esse processo. Acho importante compartilhar por que procurei muito por luzes no tunel e não foi fácil encontrar explicações ou depoimentos que me convencessem ou que esclarecessem minhas dúvidas, que fossem reais mesmo e não meras pesquisas.
Aqui está meu depoimento e não minha visão.

Existem três principais complicações gestacionais:

Gravidez ectópica ou tubária é toda gravidez que se localiza fora da cavidade uterina, que é sede normal de sua implantação e desenvolvimento. A maioria ocorre nas trompas mas podem ocorrer em outros locais também. As causas são as mais variadas, destacando-se qualquer fator que dificulte ou impeça a passagem do ovo pelo canal tubário. Podem ser:

- Fatores mecânicos, como as causas inflamatórias e suas conseqüências, os tumores ou anormalidades do desenvolvimento das trompas e as cirurgias sobre as trompas.
- Fatores funcionais, que agem diminuindo a motilidade das trompas. Incluem o fumo,
- O próprio processo de envelhecimento e drogas hormonais como as indutoras da ovulação e a progesterona usada em mini-pílulas, a pílula do dia seguinte e o DIU contendo progesterona.

  A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica,(pois pode romper a trompa por volta da 7ª semana de implantação) portanto seu diagnóstico precoce é essencial. Na gravidez ectópica não interrompida, a paciente pode não ter sintomas ou ter sintomas mínimos (cólica, dor em um dos lados, sangramento)
  Alguns exames podem ser realizados para diferenciar a gestação ectópica de outras doenças, tais como ameaça de aborto, gestação normal, infecções das trompas, apendicite, cisto de ovário torcido.
 Os exames comumente solicitados são testes para confirmar a gravidez, exames de sangue para determinar a perda sanguínea e a presença de infecção e a ecografia pélvica transvaginal, que na maioria é o que aponta o problema pois não detecta a presença de saco gestacional no útero. (5 semanas de gestação).
  O tratamento pode ser expectante naqueles casos onde a gravidez ectópica se localiza na trompa e ainda não rompeu, mede menos de 4 cm, não se constata a presença de batimentos cardíacos fetais e os níveis hormonais estão diminuindo.
 O tratamento cirúrgico, que em alguns casos pode ser conservador, preserva a trompa e geralmente é realizado por laparoscopia (nas gestações tubarias integras), sendo a retirada da trompa uma medida muitas vezes salvadora em uma paciente que já apresente sangramento importante para dentro da cavidade abdominal devido a ruptura da trompa (gestação tubária rota)

Gravidez anembrionária
Ao fazer uma ultra-sonografia, o saco gestacional aparece vazio, o que é sinal de um "ovo cego", ou seja, o óvulo fertilizado implantou-se no útero, mas o embrião não se desenvolveu. Esse tipo de gravidez pode acontecer com qualquer mulher, e a maioria delas consegue ter gestações normais depois. 

Pode não haver nenhum sinal, como dor ou sangramento, de que a gravidez não está se encaminhando como deveria. Os hormônios podem fazê-la se sentir ainda grávida, embora às vezes os níveis comecem a cair, diminuindo as mudanças no corpo (os seios podem ficar menos sensíveis, por exemplo). Geralmente, a mulher só fica sabendo que algo está errado quando passa pelo primeiro ultra-som.
 

Apesar de as causas não serem totalmente identificadas, a gestação anembrionária costuma ser considerada um acidente da natureza. Quando um óvulo é fertilizado por um espermatozóide, as células começam a se dividir. Algumas se desenvolvem em forma de embrião, outras em forma da placenta e do saco gestacional. Em alguns casos, a parte do óvulo fertilizado que deveria se tornar o bebê não vai para a frente (provavelmente porque aconteceu um erro durante a fertilização e há cromossomos demais ou de menos), mas a que se destinaria à placenta e às membranas continua crescendo dentro do útero.
 

Seu corpo não reconhece que o saco gestacional está vazio, já que os hormônios da gravidez ainda estão sendo produzidos (o que impede que haja um aborto espontâneo).
 

Durante a ultra-sonografia, o médico mede o saco gestacional e procura sinais do embrião. Se o saco gestacional medir mais de 20 mm e não houver indícios do embrião, ele provavelmente fará um diagnóstico de ovo cego. No caso de o diâmetro do saco ser menor que 20 mm, pode ser que sua gestação esteja em um estágio menos avançado do que você imaginava, e um novo ultra-som será realizado em uma ou duas semanas para tirar a dúvida. Se nessa etapa o embrião ainda não aparecer, o diagnóstico será confirmado.
O choque de descobrir que a gravidez não está progredindo conforme o previsto é enorme, e poderá ser muito difícil entender e aceitar o que aconteceu. Talvez você não queira tomar as providências médicas necessárias logo de cara. 

É seguro aguardar por um aborto espontâneo até que os índices dos hormônios da gravidez baixem sozinhos, mas isso pode levar muitas semanas. Se você já teve algum sangramento ou secreção mais amarronzada, pode valer a pena esperar pelo fim natural da gravidez. A maioria das mulheres, no entanto, acaba realizando uma curetagem uterina, um procedimento feito sob anestesia em que a mulher recebe alta hospitalar no mesmo dia.
 

Uma vez que a gestação tenha chegado ao fim, você passará a menstruar normalmente e poderá tentar engravidar de novo, de acordo com as orientações de seu ginecologista.
 

A maior parte das mulheres que voltam a tentar ter filhos tem uma gestação normal na vez seguinte. A realização de uma ultra-sonografia mais cedo poderá tranquilizá-la, já que uma vez que o batimento cardíaco do bebê é identificado a gravidez é considerada viável, e as chances de sucesso são bem maiores. Mas é importante não se apressar demais no exame -- o ideal é aguardar até sete ou oito semanas --, porque ultra-sonografias realizadas muito cedo podem trazer mais incertezas que tranquilidade.


(continua no próximo post)


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